segunda-feira, 28 de abril de 2014

HORROR NO SHOPPING - 27/04/2014

Para descansar da prisão de Usher, decido ir ver a feira espírita no Shopping Boullevar Nações. Mas estou em horário de síndrome, 19 horas. É horário de passagem onde me ataca o TOC, a bipolaridade, e a epilepsia, segundo os médicos. Em frente vou. O prédio iluminado é um ciclope que me assusta. Os seguranças ficam inquietos com minha presença. Como se eu fosse um bandido. E vou me enervando. E não acho a feira do livro. Subo e desço escadas rolantes abismais. Percorro corredores de luzes fortes, som alto e jovens agitados. Já estou suando, coração disparado, extrassístoles. Estou na barriga do monstro, com medo de cair morto ali. Morrer sozinho no Shopping. Tudo é gigantesco e amendrontador. Ninguém indica nada direito. Acho a feira do livro escondida numa caverna sombria. Mas, exausto, quero ir embora. Mas não acho a saída. Me arrasto pelo labirinto de corredores desesperados. Encontro uma senhora que também está perdida. Agonia. Finalmente saio do prédio. E vou parar no parque de diversões sobrenatural. Parece filme de terror. O parque vazio funcionando me assusta. Começo chorar. Aparece um segurança que me indica a pequena saída na cerca metálica. Estou cheio de dor e náuseas de vertigem. Perdido na noite. Um ônibus me leva pra casa. A casa de Usher me acolhe de volta. Ela me envolve em sua concha negra. E eu afundo no abismo dos últimos tempos.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

TEXTÍCULOS - 03/04/2014

PORCO
-1-Estou porco. Mentalmente sujo e sangrando nas garras do demônio que todos trazemos no cérebro. Dr Red que é o maravilhoso dr Paulo Mateus levanta a lebre, sou também bipolar. Meus sintomas todos batem com isso. E meus pais eram bipolar. O triste disso é que descubro que minha intensa e enorme criatividade no campo cultural é doença. Fico desapontado em saber que minhas criações advêm de um distúrbio emocional.

Como vocês sabem, tenho TOC. Foi batido na cabeça quando criança, que me escraviza em rituais alucinantes. O pior é saber que minhas coleções de artes e cultura, livros, discos, objetos de arte e minha coleção de estrelas do cinema é tudo doença.

Estou porco. Porque tudo isso me enche de dor e mal-estar. E aí vejo que nada é amor, que tudo que amo e amava vira doença. É doença. Pela TV fico sabendo que além de coletor de trajes culturais sou também acumulador de animais. Acumulo cães. E que todo meu amor por eles é doença. Desapontado vejo que tudo que eu amo no mundo é doença. E que para ser normal tenho que fazer e aceitar tudo que as outras pessoas fazem, em todos os setores da vida. Então prefiro ficar com a doença mesmo do que viver essa merda que eles vivem, segundo vejo nos jornais e na TV. Estou porco e vou continuar assim até o fim.