Enfrento cobras enormes de dores e mal-estar para chegar ao local onde um grupo festeja, o pré-natalino. Tenho boas amigas lá. São pessoas ferventes como eu. Tento conviver. Mas, reencontro lá, o LOBO.
A pelagem é dourada. A doçura é imensa nos grandes olhos claros. A boca suave prenuncia massacres. O corpo instiga abraços. Ele me vê. Nos vemos. (Preciso fugir!). Ou nos devoraremos doce e loucamente.
A gente "se fica" de alma (o que é pior). Nossos olhos se enchem de nós mesmos. (Não quero, não quero amor!). Amar é sofrer. Amor lindo gera volência e morte.
A gente se vê. Se sente. E no abraço festivo meu corpo se entrega, com carinho e com volúpia. Dói!, dói! Preciso fugir desta loucura fascinante de anjo e lobo. A pantera em mim ruge enlouquecida.
E fugí da festa. Mas a festa continuou dentro de mim, me prendendo nas ondas verdes daqueles olhos claros. (sic).
O Lobo e a Pantera |
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