Reencontro no balcão da Cherry Fotos com as irmãs Lais e
Sueli. Amigas de minha primeira infância na Rua São Vicente. Estava no balcão
quando a senhora simpática me encara e fala: Você é o Edinho? Ela me disse 65
anos depois. Essa é Laís que era chamada na época de “polaca”. Ela chama a
outra – Suelí – que chega efusiva como na infância. Década de 40 Sueli era
morena, esguia e saltitante. Laís, a polaca tinha cabelos entre ouro e prata e
olhos dourados. Duas bonecas que Edinho adorava. As mães nos levavam aos
programas de auditório da PRG-8. A gente margeava o rio ao lado do bosque e subíamos
o morro da Bela Vista onde no auditório Cira de Oliveira e Hélio de Aguiar
comandavam o sucesso da emissora. No palco o irmão mais velho das meninas chamado
Valter exibia os grandes olhos claros enquanto cantava “Aquela Flor”. Todo programa ele cantava a
mesma música. Decorei. “Aquela flor que você me deu, eu guardo ainda no peito
meu.....” Então eu sentia a alegria de minha mãe ao meu lado quando era
anunciada a estrela do programa. Seu filho Wilson que cantava as canções de Bob
Nelson. Boi Barnabé, a mais famosa. Uma pequena alegria de flores e bichos num
tempo em que a vida ainda tinha caminhos verdes de esperança. Me fotografei com
as irmãs Laís e Sueli. Sobreviventes que somos de um tempo em que existia mais
amor, animais, flores e gente.
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