Fiquei por 25 anos como comunicólogo na Assessoria de
Comunicação do Gabinete. A cada novo governo chegavam vários pedindo pra me
mandar embora. O amigo Fred conta que encontrou o ex-prefeito Izzo, que
perguntou por mim, e falou dos tempos em que pediam minha cabeça. Conta Fred
que meu maior risco foi com as acusações do Diretor da Biblioteca. Na época,
como sou apolítico, cansado do Gabinete, pedi ao prefeito vigente para
trabalhar na biblioteca. Sonhava ser bibliotecário. Passava os dias atendendo o
público, consertando livros, limpando poeira. Isso incomodava os outros
funcionários, dominados pelo chefe, um japonês anão, míope e dentuço. Ele
queria tos em volta dele na sua sala, em constantes reuniões. Eu só fazia meu
trabalho. Não dava trela ao pequeno ditador. E caí em desgraça. Ao saberem
disso, os freqüentadores da biblioteca fizeram um grande abaixo-assinado
falando do meu bom trabalho. Isso me salvou da decapitação, cuja principal
acusação é que eu era vagabundo e não fazia meu trabalho. Cansado da
perseguição do chefe e da hostilidade dos outros funcionários (com exceções)
voltei para o gabinete.
Parte 1 (continua).
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