segunda-feira, 11 de agosto de 2014

SALÃO GRENAT - UM GOSTO AMARGO DE FESTA - 11/08/2014

Final dos anos 60. Esta senhora, Lady Oliveira reunia em sua casa os jovens da melhor sociedade da cidade. Ela costuma dar festas memoráveis, onde suas três lindas filhas eram a atração. Eulália, Aurélia e Antonia eram de beleza estonteante, vencedoras de concursos  de miss. Além dos jovens bauruenses, a casa era frequentada por socialitys, artistas e modelos vindos do Rio, São Paulo e pela aí afora.  E eu também. Por ser artista, jornalista e bonitinho era aceito nessa turma de delfins.  O marido dela era um rico criador de cabras, gado e jumentos no nordeste. Raramente aparecia. Um dos jovens, estudante de medicina (hoje famoso ginecologista), tornou-se namorado da anfitriã. Numa das visitas, o maridão chega em plena festa. E é para minha cabeça que ele aponta o revolver, dizendo para mim tomar jeito ou acabava comigo. Me usou como exemplo para o amante da mulher que estava ao lado. As festas famosas tinham um quê de pecado. O ser humano é atraído pelo pecado. Na realidade eram tempos inocentes. O que se via eram um cigarrinho de maconha aqui ou ali. Mas isso bastava para de repente a policia chegar e por pra correr os lindos meninos e meninas.   Realmente nunca vi nada de mais acontecer lá, a não ser a maldade natural do ser humano, correndo no meio da turma. E isso me pegava pois era dito como ovelha negra até entre os de má fama. Por causa dos meus textos e arte e cultura em geral. Ficou para mim, daqueles tempos um gosto amargo de festas.

PARTE 2
Lady Oliveira querendo ajudar na carreira do namorado convenceu-me a jantar em sua casa com conhecido médico e politico. Era pra mim fazer uma entrevista para o jornal. Fiz, como o homem era um sacana, corrúpto, só me deu dor de cabeça no jornal. Não ficou nisso. Um belo dia ela vem em casa, me coloca num taxi e queria me levar para o Dr Fausto. Que eu teria que fazer tudo que ele fizesse, pois ele me queria.  E ela precisava disto para a carreira do namorado. Que estranha foça ela tinha que me fez ficar apavorado no escritório dele? Ele percebeu meu medo e meu nojo e me pediu para sair. Alívio. Ficou com ela uma meia hora. As coisas no devido lugar. Depois ela me disse que fazia qualquer coisa quando desejasse algo. Anos depois, uma das filhas tentou fazer o mesmo comigo e com esse médico. Aí eu já sabia gritar NÃO!

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