ZB DO DB
Na redação do jornal ZB foi meu grande chefe. Tenho gratas lembranças desse diretor e ser humano gentil. Homem bonito, "bon vivant", estava sempre sorrindo, um tanto irônico, valorizava meu trabalho de reporter, redator e ilustrador. Só dava eu nos jornais da década de 70 e 80. Ele era amigo, além de tudo. Quando adoecí da garganta ela pagou especialista para cuidar de mim. A mulherada vivia atrás do belo ZB. Elas me detestavam por ele ser além de diretor, um grande amigo meu. Foi um chefe inesquecível, mas eu sentia uma certa vigilância sobre minhas matérias na época da ditadura, embora eu só falasse de luar e flores, estrelas e gente bonita, eu tinha fama de perigoso. Ele enfrentou tudo a meu favor. O outro diretor nunca fez isso, pois parecia temer minha imagem. ZB era valente, mas durante a trama de minha demissão, ele viajava com Lóis Lanne, não pode me ajudar. Quando voltou teve que descer a cimitarra no meu pescoço. Antes do golpe certeiro disse compungido não poder fazer nada. Da parede o retrato de Lóis Lanne sorria contente com dentes afiados.
Havia uma força maior, negra e feroz, além da amizade dele.
Obrigado ZB.
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