CRIA DO MEDO
Edinho tem 6 anos. Carrega ainda efeitos da guerra medonha de Hitler. Carrega o medo do pai. O medo dos vizinhos. Divide a cama de solteiro com um dos parentes. A quentura do corpo encostado nele o incomoda. O parente tenta arrancar a calça do seu pijama. A batalha das noites. Reage, taca o pé na cara do parente que sossega. O quarto da mãe é ao lado, mas ele não pode pedir socorro.
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EDINHO |
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De manhã, a mãe costura em sua máquina Singer. No calendário ao lado o parente anota ajuste de contas para o dia seguinte. Ali ao lado da mãe. Terror. No quarto de banhos, ele espera que seja apanhar de cinta, pelado e sem chorar ou lamber as fezes do parente. Mas o castigo é outro. O que ele mais teme. O parente enche um balde de água e manda que pegue os dois garnisés (um casal) brancos, angelicais que ele tanto ama. Ele chora e implora piedade ao parente. Negativo. Ele tem que enfiar as avezinhas na água e ficar segurando no fundo do balde. Aí o parente puxa tudo para fora. Exausto Edinho tomba no chão, mas não cede ao parente, que nunca conseguiu seu intento sexual.
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